sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Queima


Pela frente, um caminho
Muitos rumos, sem destino
Chega-se um momento sereno
Que o único sentido é deixar-se
Jogar no fogo e vê-lo te consumir

Transformando alegrias
Transmutando sua vida
Pra dentro de si e pro mar
Olhar do fundo o céu infinito

Lavar-se n’água e renascer



OK...


Pois é
Boto fé
Na moral
Aham
Certo
Tá ligado meu cumpadi?
Que o bagulho é loco?
Que a vida é vã?
Que notre dame é uma igreja velha e morta e foda-se o zé Dirceu?
E a poesia, e o poemorto?
Desmilinguido arroto atômico, desgraçado
Mundano, mutante, errante, arrogante.
Gananciosos desejos
Comissões, descarrêgos
Córregos de água, límpida e gostosa de beber
De sentir na pele uma textura quase infantil.
É o toque das águas de abril.
Em algum momento nasci, em outro vou morrer.
Porque não se sentir a coisa mais confortável que há?
Quero sofrer?
Oxi, sepá meu nego. Um golinho de cerveja todo dia, que sacocaralho...
Essas pessoas, essa bebedeira.
To irritado como se hoje fosse segunda-feira, cinza e triste.
Suja e letárgica. Poeirenta até a alma.

Um respiro lento é como ser um relógio que para, pra depois seguir mais rápido.