quarta-feira, 14 de outubro de 2015

CincoDezDoisMileQuinze



Tela em branco, vida cheia. Há muito tempo que não apareço por aqui. Que não sento e boto a cara pra escrever, boto os órgãos pra pensar, que não urro e cuspo e choro de vontade por permanecer parado e sólido. Há muito tempo não acho sentido, que fico dando voltas como estou dando agora... Será? Previsível...

Ruínas das memórias de outrora!! Cheguei!! Cheguei nesta cidade do milagre! Busco alguém aqui que não tenha sido vão! Há alguém?? Alguém que não seja perecível? Alguém que tenha ido ao fundo do mar da galileia e voltado ileso, cheio de vida e ideias? Ou melhor... Cheio de emoções e sentimentos pulsantes e perenos? Me digam meu povo! Sou um pirata roxo, pertenço a um navio raso! Descubro os mares e as toalhas de mesa por onde passo, procuro fogo e vontade de comer... Procuro fogo e a vontade de crescer!! Procuro alguém que seja assim como tudo que sou, procuro um tripulante para me substituir dentro de minha cabeça enquanto durmo vendo as estrelas! Quero aquele senhor deitado debaixo daquela árvore, relembrando a infância do ontem, a infância do pássaro que olha por instantes demorados... Ou quero eu o pássaro? Quero alguma coisa?
Preciso de alguma coisa?
Não.
Tudo que preciso está já cá dentro, ou cá já dentro?
Resta respirar, cada vez mais fundo e mais longe. Resta revolver meus órgãos e meus ossos para que eles borbulhem sem se mexerem, para que eles se encantem comigo e eu com eles! Que fluam e fluam e fluam até o arrepio tomar conta de mim. E depois... não sei. Ninguém sabe? Eu não sei, e adoro, adoro não saber.

A vontade de querer aquilo que não se quer é uma trava.
Seja, não queira. O que for querido de fato será.




sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Queima


Pela frente, um caminho
Muitos rumos, sem destino
Chega-se um momento sereno
Que o único sentido é deixar-se
Jogar no fogo e vê-lo te consumir

Transformando alegrias
Transmutando sua vida
Pra dentro de si e pro mar
Olhar do fundo o céu infinito

Lavar-se n’água e renascer



OK...


Pois é
Boto fé
Na moral
Aham
Certo
Tá ligado meu cumpadi?
Que o bagulho é loco?
Que a vida é vã?
Que notre dame é uma igreja velha e morta e foda-se o zé Dirceu?
E a poesia, e o poemorto?
Desmilinguido arroto atômico, desgraçado
Mundano, mutante, errante, arrogante.
Gananciosos desejos
Comissões, descarrêgos
Córregos de água, límpida e gostosa de beber
De sentir na pele uma textura quase infantil.
É o toque das águas de abril.
Em algum momento nasci, em outro vou morrer.
Porque não se sentir a coisa mais confortável que há?
Quero sofrer?
Oxi, sepá meu nego. Um golinho de cerveja todo dia, que sacocaralho...
Essas pessoas, essa bebedeira.
To irritado como se hoje fosse segunda-feira, cinza e triste.
Suja e letárgica. Poeirenta até a alma.

Um respiro lento é como ser um relógio que para, pra depois seguir mais rápido.



sexta-feira, 24 de julho de 2015

Suaves Formas


Suaves formas de nuvens, gritam e te chamam
Suaves formas de nuvens, passam e te levam
Prum som azul mergulho

Dentro desse som você se sente tonto
Acima desse som você sente um estrondo
Do céu que cai na gente

Cai, do alto o céu
No mar

Ondas divagares, pulsam e orbitam
Ondas divagares cabem num lampejo

Dentro de um devaneio



sexta-feira, 24 de abril de 2015

Tra


Tra, tra tra, tra!!
Trato feito entre a polícia e o Estado:

Mais um trabalhador maltratado feito um trapo.